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domingo, 20 de março de 2011

Clarice para que te quero

Clarice era boba boba
Como esse poema
Queria sua vida de brinquedo
Que desmontasse e virasse o que quisesse
Mas só na imaginação

Clarice era uma mistura geofísica
Entre céu e terra preferia o vento gorjeando
Que balança os pés do chão
E a cabeça com olhos para baixo

O vento gorjeando ia e vinha
E não a deixava no mesmo lugar
Assim como queria
Seu corpo comprido e sua mente curta

Sonhava
...
Com uma vida que fosse assim
O caminho da flor de jabuticaba
Até se tornar duocor por dentro e fora
Mas doce, sempre doce

Seu nome era mesmo próprio
Substantivamente e adjetivamente
Brincava de desmembrá-lo
E dizia ser clara e gelada
Mas só pra ela
Ou só para o (des)herói da brincadeira

Mas como espelho reflete
E olhar para ele é não deixar de ver, ou sentir
Sua alma entreposta no mundo,
A vida não lhe permitiu brincar

Clarice teve de aprender a penas dura
Que brincadeira é coisa de adulto que não chora
E pena dura de bicho feio assusta
E pena macia não se aceita

E Clarice resolveu correr
Com pernas ou imaginariamente
Foi pra que te quero
Nem ela sabia onde era esse lugar
Mas lá as flores não murchavam.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Poema para meu bem

Como uma burca
as palavras soam aos meus ouvidos.
Não desvelam seu esconderijo oculto
detrás do olhar envéulado.

Penso, senão
Em descobrir-te
Mas descobrindo-te
Resguardo-lhe ao mundo e a mim.

És hoje minha acácia amarela
Pela flor e pela cor
em plenitude.

Ajunta-me medo e fortaleza
Desafia a memória incipiente
E na oculteza de um mistério
Faz ver o in-visível do olho nu.

És luz.
É amarelo.
Em mim, tento transformar-te em dália
No mesmo tom.

Que seja de música ou coloração
Toca-me na mesma intensidade
E já não posso esquecer-te,
Como machucar-lhe.

Não se fere uma flor.