Esqueci-me de dizer que sou seu antônimo
Mas meu lado só se opõe a sua distância
E sua diferença não me torna indiferente
A menos que diferencie meus olhos
E de oposto passo a ser espelho
Que minimiza a mímica de seu gesto
Da sua boca
E reflito
Aflita
Somente
Em prisma
O que sinto
Sair de ti
Este blog faz parte de mais um momento, mais um ciclo, mais uma curva do espiral de minha existência. A cada dia descobrindo que descubro-me...aprendendo, aprendendo, aprendendo...Aventurando-me no lugar onde mais é possível se esconder e onde mais se pode ver. e-compartilhando! Reticências
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domingo, 17 de junho de 2012
domingo, 10 de junho de 2012
Ser solteira
Mais um daqueles dias se aproxima. Daqueles que aterrorizam boa parte das mulheres, saborizado pela forte cor vermelha. Não, não é mais um ciclo menstrual . É o extorquidor dia dos namorados. A data, assustadora, vai se aproximando, e o medo de vê-la chegar estando sozinha é eminente. Isso para as solteiras, claro, pois, se fevereiro é período de término de relacionamento, em junho o ar tem cheiro de paixão.
Como mulher, solteira, que passará o dia dos namorados sem namorado pelo terceiro ano consecutivo, e, sobretudo, com angústias diversas, de diferentes cores, mas que dentre essas não estão, definitivamente, a de não estar namorando, me suscitam algumas inquietações.
O medo que importuna é a solidão? O medo é pontual? Ou se dá em todos os outros dias, mas se manifesta com maior intensidade nesse período? Mas, medo de que, afinal?
O primeiro decênio do sexto mês do ano é perturbador. As redes sociais se infestam pelo desespero da solidão. Um período quase desoxigenador com manifestações em torno do famigerado dia que, na verdade, não passa de opressão simbólica que marca um ritual entre o limiar da possibilidade de estar na condição de ser social dentro da normalidade, possuindo um companheiro com quem futuramente se constituirá uma família, ou o de integrar a ala das mal amadas, que, incompetentes para ter um macho ao seu lado – nessa visão eles nunca estariam ao lado – ficarão para titia.
Pois bem, se assim, não acho nada mal ser tia.
Comparando os últimos anos de minha experiência, entre aqueles em que estive acompanhada no dia dos namorados àqueles só, não resta dúvida que prefiro os últimos. E nada contra meu último companheiro, muito pelo contrário, uma pessoa dessas de que se deve ter ao lado. A questão não é necessariamente a companhia, mas como nós mulheres nos colocamos diante de uma relação e, principalmente, perante a ausência desta.
Não sou favorável ao fim da instituição família, não se trata disso. Sou favorável à independência da mulher. À sua emancipação das amarras de valores sociais machistas, que sem empoderamento da conscientização vamos perpetuando.
Nesta data sou favorável às solteiras, mas as solteiras livres. Ser solteira é ser solta. Ser solteira é ser dona de si mesma. Em todas as outras datas sou favorável às mulheres, as solteiras e as acompanhadas, mas às mulheres livres.
Quero um companheiro, desses de estar ao lado, mas de preferência depois do dia 12.
Como mulher, solteira, que passará o dia dos namorados sem namorado pelo terceiro ano consecutivo, e, sobretudo, com angústias diversas, de diferentes cores, mas que dentre essas não estão, definitivamente, a de não estar namorando, me suscitam algumas inquietações.
O medo que importuna é a solidão? O medo é pontual? Ou se dá em todos os outros dias, mas se manifesta com maior intensidade nesse período? Mas, medo de que, afinal?
O primeiro decênio do sexto mês do ano é perturbador. As redes sociais se infestam pelo desespero da solidão. Um período quase desoxigenador com manifestações em torno do famigerado dia que, na verdade, não passa de opressão simbólica que marca um ritual entre o limiar da possibilidade de estar na condição de ser social dentro da normalidade, possuindo um companheiro com quem futuramente se constituirá uma família, ou o de integrar a ala das mal amadas, que, incompetentes para ter um macho ao seu lado – nessa visão eles nunca estariam ao lado – ficarão para titia.
Pois bem, se assim, não acho nada mal ser tia.
Comparando os últimos anos de minha experiência, entre aqueles em que estive acompanhada no dia dos namorados àqueles só, não resta dúvida que prefiro os últimos. E nada contra meu último companheiro, muito pelo contrário, uma pessoa dessas de que se deve ter ao lado. A questão não é necessariamente a companhia, mas como nós mulheres nos colocamos diante de uma relação e, principalmente, perante a ausência desta.
Não sou favorável ao fim da instituição família, não se trata disso. Sou favorável à independência da mulher. À sua emancipação das amarras de valores sociais machistas, que sem empoderamento da conscientização vamos perpetuando.
Nesta data sou favorável às solteiras, mas as solteiras livres. Ser solteira é ser solta. Ser solteira é ser dona de si mesma. Em todas as outras datas sou favorável às mulheres, as solteiras e as acompanhadas, mas às mulheres livres.
Quero um companheiro, desses de estar ao lado, mas de preferência depois do dia 12.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Café a dois
Uma xícara de café
Para celebrar a ausência
Que saboriza o gosto da reticência
Que desmudece
Que cessa de calar
Abra-se às palavras
Abrace as palavras
Entregando corpo
Alma
Borra
Que borra o papel
Tintaliza-o com vinho
Tinto
Não branco
Percorre o silêncio
Da nova conversa
Versa comigo
Angústia latejante
Do mesmo lugar
Do mesmo ponto
Do mesmo lugar
Do mesmo ponto
E vírgula
Então continua
Continuamente
Nua
Para celebrar a ausência
Que saboriza o gosto da reticência
Que desmudece
Que cessa de calar
Abra-se às palavras
Abrace as palavras
Entregando corpo
Alma
Borra
Que borra o papel
Tintaliza-o com vinho
Tinto
Não branco
Percorre o silêncio
Da nova conversa
Versa comigo
Angústia latejante
Do mesmo lugar
Do mesmo ponto
Do mesmo lugar
Do mesmo ponto
E vírgula
Então continua
Continuamente
Nua
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