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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Anseios e receios, fusões em meio a confusões

Cruzam-se espelhos irrefletíveis.

Inflexíveis até que o corpo permita deixar-se dizer
e sentir,

...E não debelado pela mente, a domine insanamente.

Permeia a impermeabilidade de onde não se permitia penetrar, e sorrateira a profundidade do desconhecido.

Os pés pisam em ovos que cozem no tempo e ao tempo
de agora

E a casca ainda envolta não permite conhecer aquilo
que se quer esconder.

O sol não parece agora o inimigo, senão a luz que se apaga na própria mente.

O tempo nublado que se enxerga através da janela confunde-se com o sentimento cinza da interioridade intermitente.

Erros que se repetem na essência, por displicência, imprudência, carência, perdendo-se a consciência...

Cansei

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Minha vida se candeia, foge da cadeia, e cadê-la?

Quero ser fragmentada, viver como compartimentos, que se repartem em partes, não limitadoras, mas flutuantes. Que consegue ir e vir, ser um e outro, sem ser ninguém que se saiba o que é...
Quero minha intensidade exalando como uma balança desorientada, como um pêndulo de extremidades. Sentimento a flor da pele que quer apenas, sentir e, sentindo, perder a razão...
Quero divagar com minha mente, pelo meu corpo, sem nunca conhecer minha alma, que me fazendo viva nunca desvelará a mim quem sou, mas não vai me deixar de saber que estou aqui...
Quero ir do amor ao ódio, da calma à aflição, da compleição ao vazio, do desejo à dor, do medo à coragem, da ternura à raiva, da frigidez à volúpia, da loucura à lucidez, da sanidade ao ópio...
Quero ser o que nunca poderei alcançar, me fazendo nunca parar...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Nenhuma vez, nem uma vez, mas quantas tiver que ser

Algumas besteiras já haviam sido cometidas aquela noite. Na verdade, alguns equívocos vêm notadamente ocorrendo nessas novas e interessantes experiências da vida... equívocos que nem sempre se desvelam de forma imediata, mas após a sobriedade se restabelecer.
Porém, naquele dia, já era quase dia. A razão já havia sido retomada e já se sabia o que se queria, o que se fazia... já era parte consciente do meu novo ser em formação. Não era um cara muito bêbado que nem em pé conseguia ficar, não era alguém comprometido que nem ali devia estar. O compromisso era comigo e mais ninguém. Ou melhor, era também com ela, já que éramos só nós.
A rua ainda era deserta, e se não era, não reparamos. Havia ali outras coisas que nos retinham a atenção. Talvez o simples fato de não saber o que iria acontecer, como agir, o que pensar... apesar de saber de tudo isso, pois isso, seja lá o que for, acontece de maneira natural, quando tem de ser...
Não havia intimidade, não havia timidez, não havia temeridades. Apenas olhar, como o que penetra e diz o que quer dizer, sem usar palavras - essas deixemos pra agora - sobretudo porque não poderiam se fazer presentes ali, já q a boca se ocupava em outras devassidões.
Uma relação de pura liberdade, uma real ação de pura libertinagem. Cada qual com seus amores, angústias, dúvidas, indecisões... sem comprometer qualquer vontade, desejo, anseio, receio, seio.
E numa roda de samba, seja samba rock, ou só rock, a vida nos vai surpreendendo, ensinando que se não estamos a passeio, estamos saracoteando e aprendendo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ser a si e viver na morte

O que é a morte...em vida?
Será a mesma da perda da consciência corpórea?
Aquela que tanto tememos por não sabermos o que vem depois...
Não sabemos o que vem depois em nossa própria vida e tememos fenecer na terra que nos alimenta dela.
A morte é decidida por nós,
ou deve sê-lo, pois nada mais representa do que renascimento.
A cada morte uma vida nova, mesmo sendo velha.
Como diria armando Nogueira “a morte muda, quem muda melhora”.
E se morremos em vida é porque também nascemos.
E não há nascimento sem aprendizado.
Morri.
E na volta pra casa deparei-me sem querer com o renascimento.
Sem querer?
Ou já sabia que em algum momento ele se desvelaria a mim?
Foi lá, em meio ao verde, uma praga, não sei se era praga, que antes nunca tivera se alastrado, tomava a grama, em diferentes lugares, longe uma da outra, e nascia, nascia, nascia...
O sangue na folha de papel escrita sinalizava.
Era o momento da vida e morte e vida,
Pelo qual todos passamos, mas nem sempre temos coragem de encarar.
Eu também não tenho.
Ou não tinha. Ainda estou nascendo e descobrindo.